domingo, 23 de maio de 2010

Ah, os casamentos!

O ano de 2010 está trazendo consigo momentos de mudanças nas vidas dos que me cercam.
Já na virada de 2009, eu tinha agendados três casamentos importantes.
Digo importantes não porque os noivos sejam celebridades ou coisa que o valha, mas porque são pessoas muito especiais na minha vida.
No decorrer dos meses passados até aqui, mais outros dois surgiram, além de um noivado e uma possibilidade de "juntar os trapinhos" de amigos também muito queridos.
Detesto confessar, mas isso tudo mexe bastante comigo.
Eu, como a maioria das mulheres, também sonho com esse dia. Fico idealizando o pedido, a decoração da igreja, os detalhes da festa e a cara do meu dia-a-dia como uma mulher casada.
Mas o fato é que há alguns poucos anos, eu sequer imaginava a possibilidade de me ver casada. Tinha medo de que um dia fosse obrigada a fazê-lo em nome de tradição e pressões familiares, mas só de pensar, ficava arrepiada.
Hoje me vejo discorrendo sobre vestidos de noiva, dando dicas sobre cerimonialistas de quem eu ouvi falar bem, falando sobre as flores e os pequenos detalhes diferentes que se pode acrescentar na festa. Até sobre o preço do buffet eu sou capaz de opinar.
Mas o fato é que essa "experiência" decorre exclusivamente da observação.
Escuto as noivas falarem e fico ali, fingindo que me enquadro naquele assunto.
Não sinto inveja, porque isso seria absurdo. Mas fico com aquela perguntinha dentro de mim: Será que eu também vou estar envolvida com essas 1001 questões daqui há um tempo?
Não tenho resposta para essa pergunta.
Enquanto para muitas, a dificuldade está em arranjar um pretendente capaz de transformar o sonho em realidade, a minha está em fazer da ralidade um sonho.
Já tenho o meu amor, e sei que é ao lado dele que desejo passar o resto dos meus dias. Acho que ele pensa da mesma forma também.
O que nos falta é um elemento puramente prático, mas sem o qual não é possível dar o próximo passo. Falta estabilidade financeira - artigo em extinção no mercado.
Faço piada com a situação e vejo olhos complacentes me dizendo que o meu dia vai chegar.
Mas entendam, não se trata de desespero. Ao menos não ainda.
Trata-se apenas de uma mulher ansiosa, desgostosa com o fato de que é preciso um pouco mais de paciência e muito, mas muito trabalho para alcançar esse objetivo.
Na época dos nossos pais as coisas talvez fossem mais fáceis. Em geral os pais davam aquele "empurrãozinho" para despachar as filhotas aos cuidados nem sempre tão zelosos dos noivos.
Não estou certa de que essa fórmula seja perfeita, considerando a quantidade de casamentos desfeitos e ex-mulheres entregues à própria sorte, tendo que aprender um ofício ou, pior, submeter-se às mesadas dos maridões.
O fato é que não existe receita infalível. Para um casamento acontecer, dar certo e ser eterno, é preciso uma conspiração dos astros e muita força de vontade do casal.
Por ora, fico na audiência, vibrando e torcendo muito pelas conquistas dos meus novos casais.
Viva!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O futuro impresso na Borra do Café

Essa história já é um pouco antiga, mas vale a pena ser lembrada.
Há alguns meses estive em um restaurante que oferecia um serviço inusitado. Ali em um cantinho, nem tão escondido, mas tampouco na vitrine, estava uma moça, de longos cabelos negros e aparência amigável, que te convidava (não no sentido literal), a dar uma chegada no futuro através da Borra do Café.
Mas quanto custa, quis saber eu.
A leitura não custa nada, basta você pedir o café.
Ahammmm, tá, paguei então o café mais caro da minha vida, me enchi de coragem e fui ouvir o que aquela distinta senhora tinha a me dizer.
Estava com mais três amigas, no melhor estilo "Sex in The City" que se possa imaginar. As três foram antes, uma de cada vez e, em cada rosto que retornava, lia-se a expressão de que aquela moça realmente sabia das coisas.
Pois bem, lá fui eu.
Ela me olhava e olhava pra borra. Me olhava de novo.
Falou coisas sem sentido, totalemte fora do meu contexto.
Mas fui complacente, deixei ela pensar que aquilo estava fazendo sentido para mim.
Na verdade não tirei nada de proveitoso do que a "vidente" me disse.
Legal mesmo foi o que aconteceu depois.
Como ela trouxe à tona aspectos da vida de toda a mulher adulta, eu e minhas três doidinhas passamos a filosofar sobre os temas propostos.
Posso dizer que tive uma conversa gostosa como há tempos não experimentava.
Falamos sobre angústias comuns a todas, perspectivas de futuro, as mudanças do mundo moderno, histórias de amor bem e mal sucedidas.
No final da noite, saí de lá com a sensação de uma sessão de terapia bem aproveitada. Com a agradável tonturinha causada pela cerveja que degustamos ao longo do papo.
Se a Borra do Café dizia alguma coisa eu não sei. O que sei é que ela proporcionou descobertas em todas nós e abriu um pouco os horizontes para o futuro.
Acho que o futuro é algo mutável, depende sempre do presente, do aqui e agora. Não acredito que alguém tenha o poder de dizer o que vai acontecer na minha vida amanhã, exceto eu mesma.
E sendo assim, uma boa olhada pra dentro, uma análise verdadeira do que eu sinto hoje, só pode fazer bem.
Um brinde então, à Borra do Café!