quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Poetas de verdade

Como é bom ler textos como esse que segue. Precisava registrar.


Tua caminhada ainda não terminou....



A realidade te acolhe


dizendo que pela frente


o horizonte da vida necessita


de tuas palavras


e do teu silêncio.






Se amanhã sentires saudades,


lembra-te da fantasia e


sonha com tua próxima vitória.


Vitória que todas as armas do mundo


jamais conseguirão obter,


porque é uma vitória que surge da paz


e não do ressentimento.






É certo que irás encontrar situações


tempestuosas novamente,


mas haverá de ver sempre


o lado bom da chuva que cai


e não a faceta do raio que destrói.






Tu és jovem.


Atender a quem te chama é belo,


lutar por quem te rejeita


é quase chegar a perfeição.


A juventude precisa de sonhos


e se nutrir de lembranças,


assim como o leito dos rios


precisa da água que rola


e o coração necessita de afeto.






Não faças do amanhã


o sinônimo de nunca,


nem o ontem te seja o mesmo


que nunca mais.


Teus passos ficaram.


Olhes para trás...


mas vá em frente


pois há muitos que precisam


que chegues para poderem seguir-te.
 
(Charles Chaplin)
 

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Guerra dos Sexos

Vinha ingenuamente acreditando na igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Fui capaz de discutir, argumentar, me enfezar a valer com quem ousasse me dizer que ainda existe sim diferença.
Mas, há alguns dias, me surpreendi com o seguinte pensamento: "Se eu fosse homem, provavelmente estaria melhor colocada no escritório..."
Ouvi um grito interno!
Mas já não adiantava, o raciocínio se formou na minha cabeça e agora não tem volta, não consigo mais defender minhas teorias antigas.
Homens são cúmplices uns dos outros. Trocam confidências, comentários sobre estagiárias gostosas, festas escondidas das namoradas, futebol. Eu até tento me enturmar. Conheço o vocabulário, cresci em minoria, rodeada pelas conversas masculinas dos meus irmãos e seus amigos. Ouvia até os comentários mais sujos, aqueles que eles não falam na frente de NENHUMA mulher, embora isso tenha sido no tempo em que eles também me viam como homem.
Posso discutir futebol, e sei a hora de calar a boquinha também. Mas hoje já sou nivelada como "fêmea" e meus comentários sequer são considerados nesse aspecto.
Amo ter vindo ao mundo no gênero feminino, mas detesto ser taxada. Reviro os olhos quando me dizem que algo que eu fiz é bem coisa de mulher. Não gosto do rótulo, não adianta.
Entretanto, devo dizer, que já me aproveitei também dessa condição (ui).
Tarefas bem difíceis me foram passadas e, confesso, usei todo o meu charme feminino (da época) para garantir a boa vontade de colaboradores de órgãos públicos.
E hoje, pensando em tudo isso, me deparo com uma realidade ainda mais revoltante. Se o fato de ser mulher já atrapalha as vezes, quando se é gorda, as coisas ficam quase impossíveis.
Meu esforço pra mostrar competência é dobrado, portanto me desculpem se preciso de um pouco mais de sono do que a maioria dos mortais.
Se uma mulher bonita fala, os homens em volta podem até não estar muito interessados no tema, mas prestam atenção pra ganhar pontos. Se ela pede algum favor, não desistem antes de conseguir atender, podem ser mesmo incansáveis.
Já a gordinha, ah essa sofre. Tem que gritar se quiser ser ouvida, e mesmo assim, não há garantias de sucesso. Se ela for competente, pensam: "também, ia fazer o que além de estudar?" Se ela sente fome, "a gorda não sai da cozinha". Se obtém êxito em uma tarefa, "devem ter ficado com medo". E se ela ousar falar a mesma língua dos homens, pronto, já virou um deles.
Por tudo isso, revi minhas prioridades.
Vi que não adianta dedicar 100% do tempo ao escritório. A academia nesse momento é fundamental. A gorda, embora grande, as vezes fica invisível.
E não me venha falar em igualdade, porque o homem gordo geralmente é o mais amigo do chefe.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Curioooosa

Sou curiosa. Sou mesmo, bastante curiosa.
Dizem por aí que curiosidade é um defeito que só perde pra ansiedade.
Pois bem, permitam-me discordar.
Em determinado setores da vida, pode até ser inconveniente possuir tão peculiares características. Mas eu, que vivo com ambas, consigo enxergar pontos positivos - preciso fazer do limão uma limonada.
Profissionalmente, acredito que a minha curiosidade e esse desejo de ver as coisas em constante mutação têm me rendido bons frutos.
Trabalho com direito. Com processos.
Pergunte a qualquer um na rua, pouco ou muito instruído, e ouvirás a mesma resposta sobre os problemas do judiciário: Nada se resolve, a justiça é muito lenta, etc, etc.
De fato, são meias verdades que atormentam a vida de quem busca seus direitos e de quem instrumentaliza essa busca.
Mas os meus processos andam. E se resolvem sim.
Faço muito bem (com o perdão da falta de modéstia) a minha parte na brincadeira. Tudo por conta da curiosidade.
Se faço algum requerimento, por mais simples que seja, preciso saber logo o que foi decidido ou isso me consome.
Se as coisas não andam rápido, dou um jeito de agilizar porque fico ansiosa pelo desfecho do meu esforço mental. O tempo que eu gasto construindo ou pesquisando teses, tem que valer a pena. Se não, eu perco o sono. E isso não deve acontecer.
E tem também o desejo quase egoísta de passar a boa notícia (quando ela vem) pro cliente.
Tenho certeza que não é o amor - que eu nem sei se tenho pelo direito - que me faz ter tanta disposição no trabalho, mas é sim, a ânsia por um final feliz.
Já disse que sou noveleira?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Situação difícil

Essa aconteceu em um momento realmente complicado para uma mulher, mas vale o registro.
O texto que segue foi um e-mail que eu enviei para minhas queridas doidinhas na tentativa de dividir meu nervosismo com o ocorrido.

Preciso dividir com vocês esse momento de desespero!


Vou contar o que aconteceu:

Estava eu aqui no escritório, bem tranquilinha, quando resolvi fazer um chimarrão.


Fui colocar água para esquentar. Mas aconteceu uma coisinha... Derrubei um pouquinho da água no chão.


Como eu sou muito querida, peguei o pano para limpar e me agachei.


Foi quando aconteceu o pior.


A minha calça descosturou simplesmente até a METADE da bunda!!!


Desesperada, vim me esgueirando pelas paredes até a minha mesa e sentei.


Agora estou aqui, com um sorrisinho no rosto. As pessoas me olham e pensam que estou feliz. Mal sabem elas que esse sorriso é o nervosismo antevendo as possíveis situações vexatórias a que serei submetida.


Se alguém me solicitar no andar de cima, já era.


Não posso levantar para ir ao banheiro.


Não posso tomar uma água.


Não posso buscar a água do chimarrão que coloquei para esquentar.


Não posso fazer o meu lanche da tarde. Acreditem, essa parte é importante.


Por fim, tenho que ser a última a sair daqui.


Quando eu estiver na rua, liberdade.


Hoje é o dia EMO e vão achar que estou lançando moda.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Lembranças da infância

Não sei se pelos últimos acontecimentos do mundo, ou se simplesmente como uma espécie de flashback, fiz uma busca por lugares e situações da minha infância.
Dizem que a criança que um dia fomos diz muito do adulto em que nos transformamos... acho que faz sentido.
Lembrei de muitas coisas que vivi nessa que é a melhor fase da vida, mas uma - em especial - me fez pensar.
Lembro que era aniversário de alguém, provavelmente algum colega do colégio. Busco pela memória, mas não consigo lembrar os detalhes...
Só sei que, em um dado momento, alguém (adulto) convidou a mim e aos meus amiguinhos para dar uma volta de Jipe. Éramos muitos, mas eu consegui ficar no lugar mais desejado: Empuleirada no banco de trás, presa apenas pelos meus dedinhos que seguravam na parte de cima.
Não sei se é possível visualisar a cena, mas posso assegurar que não era nada prudente.
Lembro que eu tive a nítida sensação de que aquilo não era certo, mas, frente à euforia do momento, me entreguei ao que o diabinho da minha mente mandava e fui assim mesmo.
Não posso negar que me diverti. Me entreguei ao momento e senti até um friozinho na barriga.
Mas se parasse por aí, provavelmente eu sequer guardaria recordações desse momento...
Acontece que, quando eu chegava de volta ao lugar da festinha, vi os rostos nada contentes dos meus pais que vinham para me buscar.
Eles, obviamente, não aprovaram o "passeio" e iniciaram um discurso caloroso sobre o perigo a que eu tinha me submetido.
O que eu lembro é exatamente isso. A decepção nos rostos deles com a minha irresponsabilidade. Lembro ainda, o quanto eu desejei voltar no tempo e não ter ido junto no Jipe.
E hoje, vejo bastante da criança que eu fui. Procuro sempre avaliar se o que eu pretendo fazer poderá trazer de volta aquele olhar de decepção.
A diferença é que hoje, sempre que eu conseguir identificar que posso estar agindo errado, procuro mudar o rumo, fazer diferente.
Acho que, no final das contas, o passeio de Jipe era mais do que uma simples diversão. Era necessário pra eu ser quem sou. Assim como tudo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Histórias de amor

Histórias de amor mal resolvido sempre me deixam um pouco melancólica.
Não sei se é a proximidade do tema - que pode acontecer com qualquer um - ou se eu simplesmente sou a última romântica, mas sempre que ouço falar de um "grande amor" que não deu certo, chego a suspirar imaginando a nostalgia que fica com aqueles que tiveram seus corações partidos.
Também gosto de ouvir relatos dos relacionamentos sólidos, das reconquistas diárias dos casais que se sabem ali, quase intocáveis na certeza de que foram feitos um para o outro.
Mas não adianta, o que me instiga mesmo são aqueles relacionamentos que tinham tudo pra dar certo, mas simplesmente não deram.
Em tempos de orkut, facebook e assemelhados, essa posição de observadora tem sido bastante facilitada. E eu não nego a curiosidade quase mórbida que me leva a procurar indícios de um amor perdido nos perfis dos meus amigos.
Estranho ou não, mas vejo uma beleza tímida naquela paixão que não deu certo. Não me pergunte o porquê. Não saberia explicar.
Nesses desencontros da vida, sempre alguém sai mais ferido ao acordar do sonho. E como disse, hoje os tempos são outros. Nada de cartas para expressar o desgosto, nada de conversas para expor pontos de vista.
Hoje a dor de um relacionamento desfeito é exposta a quem tiver interesse em procurar.
Recados são passados pela internet, sob a falsa e ingênua desculpa do "quem sou eu" ou "em que estou pensando agora". Na verdade todos sabem quem é o destinatário da mensagem, mas ninguém fala.
Fico triste com casais bonitinhos que descobrem que o amor não é o bastante para ficarem juntos, para superarem as divisas territoriais. De repente eles percebem que por mais que se gostem, no final do mês o salário suado não vai ser suficiente para que se encontrem. E aí o amor vai acabando. Ou aumentando... Mas se é inviável, fazer o que?
Me corta o coração a notícia de um homem chorando ao perceber que aquela que ele amava, já não mais amava ele. Ele diz que não quer festa, que quer um amor pra vida inteira. Diz que cansou das madrugadas, pois elas só trazem relacionamentos vazios e ele é homem de uma mulher só.
Ela? Ninguém sabe, a última vez que foi vista estava na "rave", alucinada, curtindo muito o fato de ser solteira.
Também lamento pelos que se descobrem diferentes um do outro assim, não mais que de repente. Um dia estão dizendo "eu te amo", no outro já nem conseguem lembrar por que foi mesmo que se aproximaram.
E com tantas e tantas histórias de encontros e desencontros (como já dizia Fernando Sabino), vem aí o dia dos namorados, só pra dar mais uma pisadinha nesses corações feridos.
Eu me compadeço, desejo que as feridas se curem, que todos sejam felizes.
Tenho o meu amor do meu lado pra passar esse dia 12 e sou muito feliz que seja assim.
Mas confesso, essas histórias complicadas exercem um certo fascínio sobre a minha pessoa. Sou noveleira, gosto de acompanhar os desfechos.

domingo, 23 de maio de 2010

Ah, os casamentos!

O ano de 2010 está trazendo consigo momentos de mudanças nas vidas dos que me cercam.
Já na virada de 2009, eu tinha agendados três casamentos importantes.
Digo importantes não porque os noivos sejam celebridades ou coisa que o valha, mas porque são pessoas muito especiais na minha vida.
No decorrer dos meses passados até aqui, mais outros dois surgiram, além de um noivado e uma possibilidade de "juntar os trapinhos" de amigos também muito queridos.
Detesto confessar, mas isso tudo mexe bastante comigo.
Eu, como a maioria das mulheres, também sonho com esse dia. Fico idealizando o pedido, a decoração da igreja, os detalhes da festa e a cara do meu dia-a-dia como uma mulher casada.
Mas o fato é que há alguns poucos anos, eu sequer imaginava a possibilidade de me ver casada. Tinha medo de que um dia fosse obrigada a fazê-lo em nome de tradição e pressões familiares, mas só de pensar, ficava arrepiada.
Hoje me vejo discorrendo sobre vestidos de noiva, dando dicas sobre cerimonialistas de quem eu ouvi falar bem, falando sobre as flores e os pequenos detalhes diferentes que se pode acrescentar na festa. Até sobre o preço do buffet eu sou capaz de opinar.
Mas o fato é que essa "experiência" decorre exclusivamente da observação.
Escuto as noivas falarem e fico ali, fingindo que me enquadro naquele assunto.
Não sinto inveja, porque isso seria absurdo. Mas fico com aquela perguntinha dentro de mim: Será que eu também vou estar envolvida com essas 1001 questões daqui há um tempo?
Não tenho resposta para essa pergunta.
Enquanto para muitas, a dificuldade está em arranjar um pretendente capaz de transformar o sonho em realidade, a minha está em fazer da ralidade um sonho.
Já tenho o meu amor, e sei que é ao lado dele que desejo passar o resto dos meus dias. Acho que ele pensa da mesma forma também.
O que nos falta é um elemento puramente prático, mas sem o qual não é possível dar o próximo passo. Falta estabilidade financeira - artigo em extinção no mercado.
Faço piada com a situação e vejo olhos complacentes me dizendo que o meu dia vai chegar.
Mas entendam, não se trata de desespero. Ao menos não ainda.
Trata-se apenas de uma mulher ansiosa, desgostosa com o fato de que é preciso um pouco mais de paciência e muito, mas muito trabalho para alcançar esse objetivo.
Na época dos nossos pais as coisas talvez fossem mais fáceis. Em geral os pais davam aquele "empurrãozinho" para despachar as filhotas aos cuidados nem sempre tão zelosos dos noivos.
Não estou certa de que essa fórmula seja perfeita, considerando a quantidade de casamentos desfeitos e ex-mulheres entregues à própria sorte, tendo que aprender um ofício ou, pior, submeter-se às mesadas dos maridões.
O fato é que não existe receita infalível. Para um casamento acontecer, dar certo e ser eterno, é preciso uma conspiração dos astros e muita força de vontade do casal.
Por ora, fico na audiência, vibrando e torcendo muito pelas conquistas dos meus novos casais.
Viva!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O futuro impresso na Borra do Café

Essa história já é um pouco antiga, mas vale a pena ser lembrada.
Há alguns meses estive em um restaurante que oferecia um serviço inusitado. Ali em um cantinho, nem tão escondido, mas tampouco na vitrine, estava uma moça, de longos cabelos negros e aparência amigável, que te convidava (não no sentido literal), a dar uma chegada no futuro através da Borra do Café.
Mas quanto custa, quis saber eu.
A leitura não custa nada, basta você pedir o café.
Ahammmm, tá, paguei então o café mais caro da minha vida, me enchi de coragem e fui ouvir o que aquela distinta senhora tinha a me dizer.
Estava com mais três amigas, no melhor estilo "Sex in The City" que se possa imaginar. As três foram antes, uma de cada vez e, em cada rosto que retornava, lia-se a expressão de que aquela moça realmente sabia das coisas.
Pois bem, lá fui eu.
Ela me olhava e olhava pra borra. Me olhava de novo.
Falou coisas sem sentido, totalemte fora do meu contexto.
Mas fui complacente, deixei ela pensar que aquilo estava fazendo sentido para mim.
Na verdade não tirei nada de proveitoso do que a "vidente" me disse.
Legal mesmo foi o que aconteceu depois.
Como ela trouxe à tona aspectos da vida de toda a mulher adulta, eu e minhas três doidinhas passamos a filosofar sobre os temas propostos.
Posso dizer que tive uma conversa gostosa como há tempos não experimentava.
Falamos sobre angústias comuns a todas, perspectivas de futuro, as mudanças do mundo moderno, histórias de amor bem e mal sucedidas.
No final da noite, saí de lá com a sensação de uma sessão de terapia bem aproveitada. Com a agradável tonturinha causada pela cerveja que degustamos ao longo do papo.
Se a Borra do Café dizia alguma coisa eu não sei. O que sei é que ela proporcionou descobertas em todas nós e abriu um pouco os horizontes para o futuro.
Acho que o futuro é algo mutável, depende sempre do presente, do aqui e agora. Não acredito que alguém tenha o poder de dizer o que vai acontecer na minha vida amanhã, exceto eu mesma.
E sendo assim, uma boa olhada pra dentro, uma análise verdadeira do que eu sinto hoje, só pode fazer bem.
Um brinde então, à Borra do Café! 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Um texto livre...

Hoje me deu vontade de escrever um pouco, mas não sei muito bem sobre o quê.
Percebi que muitas vezes é a inexistência de um assunto específico que me impede de expressar qualquer coisa.
Então hoje decidi: vou escrever um texto livre, sem pretensão de tratar de algum tema relevante.
Aliás, é essa mesma inexistência de assuntos que fulmina ou embeleza determinadas relações.
Às vezes, o vazio deixado por um longo silêncio em meio a uma discussão diz mais do que gostaríamos.
Outras tantas, o conforto em estar ao lado de alguém sem dizer uma palavra sequer, é tudo de que se precisa.
Não raro, a ausência de uma conversa indica distância, falta de intimidade.
Mas não sempre. Pode ser que indique aconchego, confiança.
Tenho pra mim que, na ausência de algo produtivo pra falar, melhor mesmo é ficar quieto.
Mas será mesmo que eu penso isso?
Bom, o fato é que eu gostaria de pensar, mas confesso que digo um sem número de besteiras por dia. Em especial quando estou ao lado daqueles que me bastam com o seu silêncio.
A verdade é que muitas vezes não dou conta de expressar em palavras os infinitos pensamentos que me vêm à cabeça e, de forma aleatória, posso sim parecer meio doida.
E pra falar francamente, a possibilidade de ser taxada como insana até me seduz muitas vezes. Mas infelizmente, me sobram palavras sem nexo e me faltam atitudes ousadas.
Bem que eu gostaria de colocar uma mochila nas costas e tratar de conhecer o mundo. Puxar papo com desconhecidos só pra me sentir um pouco mais encaixada na vida. Dançar enlouquecidamente sem me preocupar com o peso sobre os joelhos. Pintar o cabelo de vermelho...
Bom, talvez isso não.
A louca fica aqui presa dentro de mim, mas segue adorando ouvir as histórias dos corajosos.
E as vezes até me engana com uma voz que vem lá do fundo e me diz, ah! Isso eu também faria!