segunda-feira, 26 de julho de 2010

Situação difícil

Essa aconteceu em um momento realmente complicado para uma mulher, mas vale o registro.
O texto que segue foi um e-mail que eu enviei para minhas queridas doidinhas na tentativa de dividir meu nervosismo com o ocorrido.

Preciso dividir com vocês esse momento de desespero!


Vou contar o que aconteceu:

Estava eu aqui no escritório, bem tranquilinha, quando resolvi fazer um chimarrão.


Fui colocar água para esquentar. Mas aconteceu uma coisinha... Derrubei um pouquinho da água no chão.


Como eu sou muito querida, peguei o pano para limpar e me agachei.


Foi quando aconteceu o pior.


A minha calça descosturou simplesmente até a METADE da bunda!!!


Desesperada, vim me esgueirando pelas paredes até a minha mesa e sentei.


Agora estou aqui, com um sorrisinho no rosto. As pessoas me olham e pensam que estou feliz. Mal sabem elas que esse sorriso é o nervosismo antevendo as possíveis situações vexatórias a que serei submetida.


Se alguém me solicitar no andar de cima, já era.


Não posso levantar para ir ao banheiro.


Não posso tomar uma água.


Não posso buscar a água do chimarrão que coloquei para esquentar.


Não posso fazer o meu lanche da tarde. Acreditem, essa parte é importante.


Por fim, tenho que ser a última a sair daqui.


Quando eu estiver na rua, liberdade.


Hoje é o dia EMO e vão achar que estou lançando moda.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Lembranças da infância

Não sei se pelos últimos acontecimentos do mundo, ou se simplesmente como uma espécie de flashback, fiz uma busca por lugares e situações da minha infância.
Dizem que a criança que um dia fomos diz muito do adulto em que nos transformamos... acho que faz sentido.
Lembrei de muitas coisas que vivi nessa que é a melhor fase da vida, mas uma - em especial - me fez pensar.
Lembro que era aniversário de alguém, provavelmente algum colega do colégio. Busco pela memória, mas não consigo lembrar os detalhes...
Só sei que, em um dado momento, alguém (adulto) convidou a mim e aos meus amiguinhos para dar uma volta de Jipe. Éramos muitos, mas eu consegui ficar no lugar mais desejado: Empuleirada no banco de trás, presa apenas pelos meus dedinhos que seguravam na parte de cima.
Não sei se é possível visualisar a cena, mas posso assegurar que não era nada prudente.
Lembro que eu tive a nítida sensação de que aquilo não era certo, mas, frente à euforia do momento, me entreguei ao que o diabinho da minha mente mandava e fui assim mesmo.
Não posso negar que me diverti. Me entreguei ao momento e senti até um friozinho na barriga.
Mas se parasse por aí, provavelmente eu sequer guardaria recordações desse momento...
Acontece que, quando eu chegava de volta ao lugar da festinha, vi os rostos nada contentes dos meus pais que vinham para me buscar.
Eles, obviamente, não aprovaram o "passeio" e iniciaram um discurso caloroso sobre o perigo a que eu tinha me submetido.
O que eu lembro é exatamente isso. A decepção nos rostos deles com a minha irresponsabilidade. Lembro ainda, o quanto eu desejei voltar no tempo e não ter ido junto no Jipe.
E hoje, vejo bastante da criança que eu fui. Procuro sempre avaliar se o que eu pretendo fazer poderá trazer de volta aquele olhar de decepção.
A diferença é que hoje, sempre que eu conseguir identificar que posso estar agindo errado, procuro mudar o rumo, fazer diferente.
Acho que, no final das contas, o passeio de Jipe era mais do que uma simples diversão. Era necessário pra eu ser quem sou. Assim como tudo.