segunda-feira, 7 de junho de 2010

Histórias de amor

Histórias de amor mal resolvido sempre me deixam um pouco melancólica.
Não sei se é a proximidade do tema - que pode acontecer com qualquer um - ou se eu simplesmente sou a última romântica, mas sempre que ouço falar de um "grande amor" que não deu certo, chego a suspirar imaginando a nostalgia que fica com aqueles que tiveram seus corações partidos.
Também gosto de ouvir relatos dos relacionamentos sólidos, das reconquistas diárias dos casais que se sabem ali, quase intocáveis na certeza de que foram feitos um para o outro.
Mas não adianta, o que me instiga mesmo são aqueles relacionamentos que tinham tudo pra dar certo, mas simplesmente não deram.
Em tempos de orkut, facebook e assemelhados, essa posição de observadora tem sido bastante facilitada. E eu não nego a curiosidade quase mórbida que me leva a procurar indícios de um amor perdido nos perfis dos meus amigos.
Estranho ou não, mas vejo uma beleza tímida naquela paixão que não deu certo. Não me pergunte o porquê. Não saberia explicar.
Nesses desencontros da vida, sempre alguém sai mais ferido ao acordar do sonho. E como disse, hoje os tempos são outros. Nada de cartas para expressar o desgosto, nada de conversas para expor pontos de vista.
Hoje a dor de um relacionamento desfeito é exposta a quem tiver interesse em procurar.
Recados são passados pela internet, sob a falsa e ingênua desculpa do "quem sou eu" ou "em que estou pensando agora". Na verdade todos sabem quem é o destinatário da mensagem, mas ninguém fala.
Fico triste com casais bonitinhos que descobrem que o amor não é o bastante para ficarem juntos, para superarem as divisas territoriais. De repente eles percebem que por mais que se gostem, no final do mês o salário suado não vai ser suficiente para que se encontrem. E aí o amor vai acabando. Ou aumentando... Mas se é inviável, fazer o que?
Me corta o coração a notícia de um homem chorando ao perceber que aquela que ele amava, já não mais amava ele. Ele diz que não quer festa, que quer um amor pra vida inteira. Diz que cansou das madrugadas, pois elas só trazem relacionamentos vazios e ele é homem de uma mulher só.
Ela? Ninguém sabe, a última vez que foi vista estava na "rave", alucinada, curtindo muito o fato de ser solteira.
Também lamento pelos que se descobrem diferentes um do outro assim, não mais que de repente. Um dia estão dizendo "eu te amo", no outro já nem conseguem lembrar por que foi mesmo que se aproximaram.
E com tantas e tantas histórias de encontros e desencontros (como já dizia Fernando Sabino), vem aí o dia dos namorados, só pra dar mais uma pisadinha nesses corações feridos.
Eu me compadeço, desejo que as feridas se curem, que todos sejam felizes.
Tenho o meu amor do meu lado pra passar esse dia 12 e sou muito feliz que seja assim.
Mas confesso, essas histórias complicadas exercem um certo fascínio sobre a minha pessoa. Sou noveleira, gosto de acompanhar os desfechos.