domingo, 27 de dezembro de 2009

Adeus ano velho.

As festas de final de ano sempre me emocionaram.
Não sei se é pela reunião de pessoas queridas, pelos votos de felicidade, pela aura de paz que se cria, ou simplesmente por esse sentimento bonito chamado esperança, que aparece, mesmo que involuntariamente, nos olhos de todos a cada recomeço.
Ao mesmo tempo, teimo em sentir um apertinho no peito, ainda que leve, indicando uma certa nostalgia pelo que já foi, pelo presente que em um passe de mágica se transforma em passado.
No último dia do ano, costumo lembrar do que passou. Nem sempre de forma crítica, mas geralmente com um olhar que mais se assemelha ao de um expectador assistindo aos melhores momentos de uma vida.
Faço as minhas resoluções de ano novo e desejo levar um pouco do velho pra sempre comigo.
Acho que tenho conseguido até agora. Guardar o que foi bom e mudar o possível do que não me fez assim tão feliz.
Mas é difícil explicar o sentimento que vem, quase como uma onda, quando o ponteiro se aproxima da meia noite no dia 31 de dezembro. Acho que é um misto de alegria e saudade, uma força que me joga pra frente e me faz acreditar que o ano que chega vem trazendo momentos felizes e comemorações barulhentas.
Existe um misticismo que faz de uma noite o marco divisor. Depois das doze badaladas, não será apenas o dia primeiro. Será o Primeiro Dia.
E é isso que deixa tudo bonito e especial. É essa idéia de renovação, de recomeço.
É como se fosse possível reinventar a nossa história, traçar novos rumos e seguir outros caminhos, com diferentes perspectivas, mas com a vantagem de ter ao lado os bons e velhos.
Acredito que grande parte da beleza desse ritual é poder parar, pensar e, depois disso, fazer planos. Criar fantasias e ralidades novas e assim, ir se redescobrindo e reinventando.
Em 2010, eu quero mais do mesmo. Mas também quero mudar, quero muito fazer diferente.
Quero viver, aproveitar os dias e as manhãs. Quero praticar um esporte, crescer como pessoa. Quero cultivar meus amigos e fazer com que eles saibam o quanto são importantes. Quero estar próxima da minha família e do meu amor. Quero dançar.
E quero poder olhar pra trás, e mais uma vez, sentir saudades do que passou.

domingo, 22 de novembro de 2009

Sentindo saudade...

Saudade é um sentimento bonito na essência. Mas dói.
As vezes me pega desprevenida, quando eu pensava já ter aprendido a controlar.
Mas a verdade é que isso não é possível.
Há quem diga que a saudade diminui com o tempo, opinião que eu não divido.
Acho que aprendemos a conviver com ela, guardá-la em um cantinho do coração. Mas vai estar sempre lá.
Hoje, por exemplo, ela resolveu aparecer.
Sinto saudade da minha mãe. Dos abraços sem data especial, do cafuné, dos risos compartilhados. Até das brigas eu tenho saudade hoje.
Me falta o que não me foi permitido viver, dizer, escutar.
Sinto saudade até do que ainda não aconteceu.
De ela estar do meu lado planejando a minha festa de casamento e do beijo antes de eu entrar na igreja.
De ela planejar meu chá de fraldas, segurar os meus filhos no colo e deixar eles fazerem tudo o que eu não deixaria.
De ela conhecendo o meu amor e dizendo da certeza de que eu vou ser feliz com ele.
E tenho medo. Medo de decepcionar e não poder pedir desculpas.
Medo de esquecer o som da voz, o cheiro, o sorriso, o jeito.
Medo que o tempo passe e as fotos que eu guardo se tornem pouco pra manter ela na minha vida.
Medo de nunca mais encontrar.
Um medinho bobo, mas real, de um dia ficar completamente sozinha.
Como diz a música, "onde você estiver, não se esqueça de mim..."

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Liberdade, liberdade

Afinal, o que é ser livre?
Sempre me considerei uma pessoa livre. Desde muito pequena, fui estimulada a fazer minhas próprias escolhas e lidar com as inevitáveis conseqüências.
Nem sempre fui capaz de enxergar, ou ao menos de racionalizar o tanto de liberdade que existia em cada estrada que eu escolhia seguir.
Talvez, se eu pensasse tão objetivamente, teria feito algumas coisas diferente. Mas é bem provável que muito pouco ou quase nada mudasse no meu roteiro.
A verdade é que, boas ou más, minhas escolhas sempre vieram do coração. Nunca fui muito boa em racionalizar os sentimentos, em prever as conseqüências, em medir passos e palavras.
Recentemente a vida me impôs algumas limitações, barreiras que eu precisei contornar e restrições que fui obrigada a aceitar.
Decidi continuar sorrindo. Ou melhor, escolhi continuar sorrindo.
Logicamente, me deixei levar também pelos sentimentos. Não vi flores o tempo inteiro no meu caminho, mas nunca deixei de sentir o perfume. Sabia que estavam lá.
Hoje, vencidas essas dificuldades, me sinto tão completa e plenamente feliz, que agradeço por elas terem um dia existido.
E hoje, posso dizer que sei exatamente o gosto que tem a liberdade.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O paradoxo da noite



Sábado tive um aniversário em um pub metido a festa dançante.
Como estou temporariamente longe das pistas e dos drinks, só me restou observar. Aliás, posso garantir que esse programa também é divertido!
Fiquei intrigada com a mistura que eu enxerguei. De um lado veteranas de guerra, visivelmente focadas em possíveis alvos, muita bebidinha na cuca e o inevitável fracasso. Ao menos até onde eu vi, dormiram sozinhas.
Do outro lado, jovens "periguetes", todas com seu cigarrinho na mão, tomando refrigerante e comendo bolo com sorvete, devidamente acompanhadas.
E a tendência é piorar. As cocotinhas ganham espaço porque não esperam muito de um relacionamento (além dos 49kg que só nessa idade se consegue atingir), e as mais experientes vão perdendo terreno porque vêem nelas uma algema para a vida eterna...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Eu dei o primeiro passo.

Não adianta ter orgulho e, em nome dele deixar de fazer coisas que podem trazer paz de espírito.
Tinha uma coisa me incomodando, me deixando irritada e quase insuportável.
Demorei a identificar, mais por não querer dar o braço a torcer.
Briguei com uma amiga e ela me faz falta.
Eu deveria me preocupar com tantas e tantas coisas, mas era sempre ela o meu último pensamento do dia.
Não sei se fiz certo e também não sei se isso vai me trazer a paz que eu mereço ou me dar mais dor de cabeça... Mas a verdade é que eu precisava fazer algo.
Nesse momento exato, me sinto mais tranquila, e isso já faz ter valido a pena.
Ao menos eu vou saber que não fui injusta e que eu tentei.

domingo, 27 de setembro de 2009

Repensando...

Minha intenção incial era postar coisas engraçadinhas, dar umas risadas.
Mas resolvi não colocar limites ao meu pensamento. Então, o que surgir eu escrevo.
Fiquei hoje repensando algumas atitudes. Sempre fiz questão de me mostrar bem resolvida, nada mulherzinha e ciumenta, além de uma ótima companhia.
Hoje me peguei duvidando destas premissas.
Vou confessar, tenho ciúmes sim. Na maior parte das vezes eu disfarço tão bem que ele passa batido até mesmo pela minha avaliação. E se eu chego a desconfiar que senti isso, logo arranjo uma justificativa aceitável pra continuar me dizendo alheia a esse sentimento.
Bom, hoje não colou.
Tive ciúmes do meu namorado jantando com a sua priminha linda e modelete.
Aí parei e pensei... Já senti isso muitíssimas vezes. Não só com relação a ele, mas com relação aos meus irmãos e à minha família em geral, com relação até mesmo às minhas amigas.
Não posso deixar de me sentir juvenil, adolescente e, aiaiai.... mulherzinha!!!
Sim, porque aí, junto o tal ciúme com um pouquinho de fofoca que, não vou negar, as vezes rola, mais uma certa compulsão consumista que ataca sem aviso prévio, a total incapacidade de estacionar entre dois carros se a vaga não for suficientemente grande, e... pronto. Bem mulherzinha.
Eca.
Ótima companhia? Quem?
Hoje eu poderia ser classificada como a pior companhia. Passei o dia todo emburrada, olhando feio pra pessoas que nem sabiam que aquilo era um olhar feio e resmungando reclamações cretinas.
Pior que isso, é só o fato de ter me enxergado assim e continuado com o azedume.
Quanto ao bem resolvida... bom... considerando que tudo aquilo que eu pensava que não era se transformou em características latentes da minha personalidade, dispensarei maiores comentários...
A meu favor, hoje é domingo, um dia chato pra quem tem uma segunda-feira cansativa pela frente, mas ainda pior pra quem não tem.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Me convida pro almoço?

Olha, não é que a comida aqui em casa  não seja boa. Aliás, pelo contrário, todos os dias tem alguma delicinha irresistível que só a Tê sabe fazer.
O brabo mesmo é agüentar os papos dos meus irmãos. Somos em quatro, mas quando junta as duas pontas da "turma" vira uma verdadeira chatice.
A mesa de refeições se transforma em uma rodada de negócios. Eles disputam quase a tapa a oportunidade de falar sobre as novas tendências do mercado. Seja ele qual for.
E eu ali, mastigando.
Eles fingem que conversam, mas na verdade, cada um discursa um pouquinho sobre as suas últimas experiências. Pouco interesse existe em escutar de verdade o que o outro está dizendo. O bacana é falar, falar, falar.
E eu ali, mastigando.
Quando eles fingem que concordam um com o outro, ainda vá lá. Eles comem, ficam mais uns trinta ou quarenta minutos no bla bla bla e deu.
E eu ali, mastigando.
Mas quando resolvem discordar... aí vai longe. Um quer entender mais do que o outro. E eles não têm a menor intenção de terminar a discussão. Até porque eles pouco escutam, de modo que o que interessa mesmo é fazer com que o outro fique quieto. Mas isso só acontece quando os dois já estão atrasados pra sair.
Quanto a mim? Bom, eu bem que tento fazer umas intervenções inteligentes. Mas ninguém me dá bola, exceto quando se juntam pra dizer como eu devo proceder em determinada situação... Fora isso, só me olham, e voltam a falar um com o outro.
E eu... sigo mastigando.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A dog named Bali


Onde eu vou ela vai atrás. Não exatamente atrás,  ela quer passar por cima, ocupar o mesmo espaço que o meu corpo. Por vezes tenta chegar antes, mas só pra voltar e me olhar com aquela cara que parece dizer "pô, vai demorar muito? Devo voltar?"
Tem sido a minha companheira de batalhas e todos os dias me leva pra passear. Sim, ela me leva.
Me apresentou alguns amigos e me obriga puxar assuntos com ilustres desconhecidos quando projeta o seu "gracioso" corpo em direção a qualquer coisa que se mova. Ou não.
Tem uma queda por controles remotos, telefones e almofadas. Lambe, morde, me chama pra brincar colocando a pata na minha perna. Ronca e sonha como um trator e uma criança, respectivamente.
É dona de um paladar no mínimo exótico e coloca na boca coisas que envergonham a própria espécie... depois fica me olhando perplexa tentando entender o que eu acho tão estranho. E sempre pede um pouquinho mais.
Ela é o máximo. E foi presente das melhores pessoas que eu conheço.